segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

quando a alma anima meus abismos

quando a alma enceja meus abismos
escrevo
escrevo de dor
de nao conter mais em meus olhos o vigor da paisagem e desejar a uniao com seu sabor
e me refresca o furor do calor que emana do fundo de minhas terras e torna a paisagem tremula
quando a alma vigora meus abismos
escrevo
escrevo de amor
de nao poder mais em meus olhos o sorriso que minh'alma habitara
o frescor de uma melancolia lugubre de minhas pernas que tocam o caminho pelo ar
quando a alma explora meus abismos
escrevo
escrevo de rancor
de nao devorar mais tais beneficios com meus olhos que agora abrigam o vazio
quando a alma encerra meus abismos
escrevo
escrevo de calor
nas maos, na veia, nos olhos, que precisam re-voltar-se ao anterior pra continuarem enxergando, cada um em seu rumo
quando a alma chora meus abismos
escrevo
escrevo de torpor
de nao poder mais a lagrima que hidrata meu olhar como a um solo, latejando pela falta
quando a alma encontra meus abismos
escrevo
escrevo de horror 
de nao conter meus olhos viciados em abrigos que ja foram, e jaz despedaçados pelo tempo
quando a alma enterra meus abismos
escrevo
escrevo de sono
de botar meus olhos em repouso e naufragar atento ao seu dispor

mas quando a alma ignora meus abismos
escrevo
escrevo de pavor
por meus olhos nao parecerem mais tao meus a se despetalar com os seus

quando a alma entende meus abismos

Bruno Mendes

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