Acabei de beijar o céu
Pra não beijar a
terra
Por que tem gosto de
pegadas
E eu não gosto
De mover a fabula do
tempo
Recorrendo aos
oráculos que sopram coisas
Quando eu estou em
chamas
Ou gelado
E me arrepia o vento
E me fortalece as
lagrimas da chuva
Que as minhas lavam
E Eu devoto
Tais palavras
Ao que houver de
haver na vida
E me desloco do
ungüento
Que me conformou, ate
o ponto em que, porem, não me deixou escolhas
Não me permitiu
gozar o excesso de coisas que eu sucinto
Quando estou em
transe, e suspiro
Que o que houver de
difícil eu me invoco
E ainda me deixa de
certa forma opaco
Aquilo onde ainda me
perco
Mas estou certo de
ultrapassa-lo
Ao que pude ver nos
meus sonhos, acordados
E não me importo de
ficar por certo tempo gago
Com as palavras que
escrevo
Quando eu descubro
Que eu quero aquilo
que sempre me deteve, por ainda não ter
E apostei no amor
como se fosse poker
Sabatinado pelas
escalas de desejo
Que me jogam no
rosto baldes
Daquilo que sempre
me consome
Mas que me contive
afastado
De coisas que não
eram pra sempre
Mesmo sabendo que pra
sempre é sempre por um triz
E que sempre acaba
Já dizem “os poetas”
E eu não discuto com
os poetas
Eles estão sempre
certos
Os grandes
Da soma de chico e
vinicius de moraes e cazuzas,vieram essas certezas
Já que representam
pra mim por eu não suportar dize-las
E que o medo de tudo
dar certo, talvez
Que se perca na
esquina ao lado
Da esquina do que
será
E que se parte em
extremos o que ainda vou ser
Pra perfumar com
cheiro de amor pra empatar
A partida a vencer,
chamada vida
Com licença, estou
jogando, e a palavra é meu jogo de bola, minha brincadeira de criança da vez, e
eu escrevo, como criança, confuso
Ainda que esteja em
disfarce , pra me divertir contra o espelho
E ensaiar impávido o
meu olhar de vencer
Vai pensando, que eu
sou otário
E não lê minhas
palavras pra ver
Lê e vê com as suas
E escuta aqui
Respeite bem os
outros
Trate-os todos com
respeito
Eu imploro
E façam com amor
aquilo que discernir
Mas discirna
E vê se não concorda
comigo num ponto
Em que o amor estava
certo
Que só existe a
possibilidade de cura nele, e ele se põe ao seu dispor, quando encontrado
E que o ser humano é
sempre uma contingência de abrigos pra se defender, quando no estado de louco,
ou de melancólico
E façamos ode a
loucura
Já que elogio não
pode ser
E que eu seja taxado
de louco
Pra me sentir parte
de um coisa única, que se da
Sem palavras
Nenhuma bastaria
E enxergar sem
necessitar de óculos 3d
Do que o outro sofre
E o que ele quer me
dizer
Mas não pode
Daí a gente planta
cápsulas de arvores de gente nos guetos
De qualquer grupo
que achar que está precisando
E eu ajudo
Na verborragia do
meu bem querer
A mim mesmo e aos
outros
Que chegaram ate
aqui
Onde só falta você
E fiquem com Deus
pra terminar em grande estilo
E desejos de boa
noite, enfeitiçado pelas estrelas, a todos
Adeus chuva quando
eu não escutar mais conscientemente seu lamento
Ao deitar no sono
Nos braços de Morfeu
Ou de quem quer que seja
Que me iluminará
Como ilumina o amor!
Me fará acender, e
ascender
Às possibilidades
E que guarde e que guie
A Todos que eu amei,
do verbo amar
Ao menos por um
instante
E aos que
desrespeitei quando da selvageria do caráter de amores hostis
E descontar na carne,
esse acumulo, de coisas
Que vos trouxeram
ate aqui, em minhas palavras
Que nem sempre sabem
se dizer
Palavras de amor são
retalhos das coisas que aprendi nos
discos
E adeus de novo,
agora a vocês
Que desejam mais.
Boa noite.
E deixo as duas
frases acima com ponto final
Foi um lapso
Um lapso do momento
Que de repente
viu-se assim
Aberto
E sem sentinelas
E eu pude sentir a
sensação de passar pela fresta
Que Ele abriu
Ele quem? E que
frestas são essas?
Frestas assim como
estas
Que certas canções
deixam
Que falam de amor
Frestas pro céu e
pro inferno
Festas pro inferno e
pro céu, tempestades, ate o ultimo ato
Aqui, de escrever
E eu as acho, pelo
cheiro, as portas
Que eu comecei dando
beijo no céu
Mas sinto o cheiro
da terra, fértil
Pelas narinas
Que me misturam as
almas de tantos elementos
Como a noite e seus
encantos
Agora chega
Fiz o que pude
Pra chamar sua
atenção amor
Mas não foi o bastante
E vou esperar só
voltar a internet
Pra prostrar no
mundo
Aquilo que ainda vou
ler
E reler
Varias vezes
Sempre repetindo
A obsessão de
encerrar, a palavra
E encerro
Fiquem com Deus, ou
com Deuses
E se deleitem
Osso é não
enlouquecer contaminado da piada que é a vida
E se levar tão a
serio
Que ate pra acabar
um poema
Tem que viver um
problema
De adestrar essa
fala sedenta
E dizer a ela
Va com Deus
E me traga tudo que
eu preciso
Para ser feliz
E me faça instrumento
de sua facilitação
A cada dia
Rogai por nós
escritores
Uma Virgem Maria com
o poder de estalar os dedos e me dar
No rocio* que
invento pra deixar rolar solto
E só acabar quando
quero
E eu não quero mais
Sou teimoso
E continuo a
escrever , mas só mais um momento
Pra piscar pra você,
meu destino, vê se me escuta
E te botar pra
correr atrás de dinheiro e outras coisas
Que envolvem ciência
do assunto
E deixar correr
Atrás de mim, quando
estiver tudo certo
Pra eu invadir o
palco, e sair detrás da cortina
E entrar em cena
Pra poder
Retomar minha fala
E agora sim, me
despeço
Com um ponto final
Ponto.
Acabei.
Bruno Mendes