quarta-feira, 28 de março de 2012

O que me aflige



Do que me aflige, muito pouco tem de mim
Tem mais dos outros, minhas sombras sem fim
E me alegro ao sussurrar contra o vento
Palavras de remanso a consumir o meu lamento

Me aflige confiar nas pessoas e me entregar
Me aflige viver do jeito que tiver que dar
Me aflige o querer e o não querer confusos
Quando dou fé do agora que me agarra com tudo

Se tudo que secou tivesse brotado
Se tudo que brotou tivesse secado
Eu plantaria tudo outra vez, na terra fértil e impalpável do amor

Se nada adiantou dos erros do passado
Pra ensinar a não errar o erro de agora, que eu sei que mora ao lado, a um passo qualquer em frente
Eu desafio: - que atire a ultima pedra quem nunca enlouqueceu por ter amado.

o que me aflige é  o amor.

 Bruno Mendes

terça-feira, 20 de março de 2012

nomeando pedaços



Daquilo que em mim habita
Aos pedaços em mim ficaram
E os pedaços que lado a lado ficam
Apontam-se, despedaçados

Reúnem-se, então, a contento
Em meu contorno em que se resguardam
Vagueiam também em meu vago circulo
De repetições que eu próprio escavo

Se os pedaços que ficam, os limpo
Com meu próprio punho, a colá-los
Remontam aos poucos o conto antigo, e entalham a primavera que tardo

Mas de uma coisa estou certo e repito
E meu caminho é o mesmo traço
Inscrever o verbo em substantivo, pra nortear o que "sinto", e não "cala-lo", "nomeá-lo". 

Bruno Mendes

domingo, 18 de março de 2012

esse Meu jeito de amar




Meu jeito de amar é enviesado pelo meu jeito de ser
Esse Meu jeito de ser delirante
Esse Meu jeito de ser cativante
Meu jeito de me descobrir quando me escondo

E sigo em frente
Mascarado, ancorado em coisas que me vestem o peso do mar
E esboço meus poemas na insolência de remar a ermo
Quando faço do meu verbo, o sintoma ao invés de mim

E poesia também é enviesada, trespassada, enfeitiçada por não ser
mais que o jeito de ser do poeta
enviesado no mar de escrever

dedico a poesia à alma dos sujeitos que encarnam
o amar e o perder do poeta
quando psicografados  no papel ou teclado, d’onde se calam.

Bruno Mendes

sábado, 17 de março de 2012

lugar qualquer que nao exista um pensamento em voce

eu tento acabar o que sinto
mas nao adianta, eu sinto, e incluo
um voto de silencio pra deixar correr, mais solto
mas nao adianta, ate no silencio, eu me escuto
e escuto passos ao meu redor
e escuto coisas ao meu redor
que me dizem
e eu nao me recuso
ouvir de mim, vir de mim o que eu mesmo concluo
deixar palavra  que é posto que é chama
chamar pra ca o que falta e proclama
o que eu tento desabafar
mas nao mesmo, adianta
adiantasse os passos pra percorrer
adiantasse as horas para viver
adiantasse as rotas para encontrar
um  lugar qualquer
no seu ninho, me acomodar
se acomoda nao, vem pra ca
no meu braço tem sempre lugar
e no peito eu reservo uma vaga
pra voce que inda está
e nao tarda será
.

Bruno


 

ACABEI




Acabei de beijar  o céu
Pra não beijar a terra
Por que tem gosto de pegadas
E eu não gosto
De mover a fabula do tempo
Recorrendo aos oráculos que sopram coisas
Quando eu estou em chamas
Ou gelado
E me arrepia o vento
E me fortalece as lagrimas da chuva
Que as minhas lavam
E Eu devoto
Tais palavras
Ao que houver de haver na vida
E me desloco do ungüento
Que me conformou, ate o ponto em que, porem, não me deixou escolhas
Não me permitiu gozar o excesso de coisas que eu sucinto
Quando estou em transe, e suspiro
Que o que houver de difícil eu me invoco
E ainda me deixa de certa forma opaco
Aquilo onde ainda me perco
Mas estou certo de ultrapassa-lo
Ao que pude ver nos meus sonhos, acordados
E não me importo de ficar por certo tempo gago
Com as palavras que escrevo
Quando eu descubro
Que eu quero aquilo que sempre me deteve, por ainda não ter
E apostei no amor como se fosse poker
Sabatinado pelas escalas de desejo
Que me jogam no rosto baldes
Daquilo que sempre me consome
Mas que me contive afastado
De coisas que não eram pra sempre
Mesmo sabendo que pra sempre é sempre por um triz
E que sempre acaba
Já dizem “os poetas”
E eu não discuto com os poetas
Eles estão sempre certos
Os grandes
Da soma de chico e vinicius de moraes e cazuzas,vieram essas certezas
Já que representam pra mim por eu não suportar dize-las
E que o medo de tudo dar certo, talvez
Que se perca na esquina ao lado
Da esquina do que será
E que se parte em extremos o que ainda vou ser
Pra perfumar com cheiro de amor pra empatar
A partida a vencer, chamada vida
Com licença, estou jogando, e a palavra é meu jogo de bola, minha brincadeira de criança da vez, e eu escrevo, como criança, confuso
Ainda que esteja em disfarce , pra me divertir contra o espelho
E ensaiar impávido o meu olhar de vencer
Vai pensando, que eu sou otário
E não lê minhas palavras pra ver
Lê e vê com as suas
E escuta aqui
Respeite bem os outros
Trate-os todos com respeito
Eu imploro
E façam com amor aquilo que discernir
Mas discirna
E vê se não concorda comigo num ponto
Em que o amor estava certo
Que só existe a possibilidade de cura nele, e ele se põe ao seu dispor, quando encontrado
E que o ser humano é sempre uma contingência de abrigos pra se defender, quando no estado de louco, ou de melancólico
E façamos ode a loucura
Já que elogio não pode ser
E que eu seja taxado de louco
Pra me sentir parte de um coisa única, que se da
Sem palavras
Nenhuma bastaria
E enxergar sem necessitar de óculos 3d
Do que o outro sofre
E o que ele quer me dizer
Mas não pode
Daí a gente planta cápsulas de arvores de gente nos guetos
De qualquer grupo que achar que está precisando
E eu ajudo
Na verborragia do meu bem querer
A mim mesmo e aos outros
Que chegaram ate aqui
Onde só falta você
E fiquem com Deus pra terminar em grande estilo
E desejos de boa noite, enfeitiçado pelas estrelas, a todos
Adeus chuva quando eu não escutar mais conscientemente seu lamento
Ao deitar no sono
Nos braços de Morfeu
Ou de quem quer que seja
Que me iluminará
Como ilumina o amor!
Me fará acender, e ascender
Às possibilidades
E que  guarde e que guie
A Todos que eu amei, do verbo amar  
Ao menos por um instante
E aos que desrespeitei quando da selvageria do caráter de amores hostis
E descontar na carne, esse acumulo, de coisas
Que vos trouxeram ate aqui, em minhas palavras
Que nem sempre sabem se dizer
Palavras de amor são retalhos  das coisas que aprendi nos discos
E adeus de novo, agora a vocês
Que desejam mais.
Boa noite.
E deixo as duas frases acima com ponto final
Foi um lapso
Um lapso do momento
Que de repente viu-se assim
Aberto
E sem sentinelas
E eu pude sentir a sensação de passar pela fresta
Que Ele abriu
Ele quem? E que frestas são essas?
Frestas assim como estas
Que certas canções deixam
Que falam de amor
Frestas pro céu e pro inferno
Festas pro inferno e pro céu, tempestades, ate o ultimo ato
Aqui, de escrever
E eu as acho, pelo cheiro, as portas
Que eu comecei dando beijo no céu
Mas sinto o cheiro da terra, fértil
Pelas narinas
Que me misturam as almas de tantos elementos
Como a noite e seus encantos
Agora chega
Fiz o que pude
Pra chamar sua atenção amor
Mas não foi o bastante
E vou esperar só voltar a internet
Pra prostrar no mundo
Aquilo que ainda vou ler
E reler
Varias vezes
Sempre repetindo
A obsessão de encerrar, a palavra
E encerro
Fiquem com Deus, ou com Deuses
E se deleitem
Osso é não enlouquecer contaminado da piada que é a vida
E se levar tão a serio
Que ate pra acabar um poema
Tem que viver um problema
De adestrar essa fala sedenta
E dizer a ela
Va com Deus
E me traga tudo que eu preciso
Para ser feliz
E me faça instrumento de sua facilitação
A cada dia
Rogai por nós escritores
Uma Virgem Maria com o poder de estalar os dedos e me dar
No rocio* que invento pra deixar rolar solto
E só acabar quando quero
E eu não quero mais
Sou teimoso
E continuo a escrever , mas só mais um momento
Pra piscar pra você, meu destino, vê se me escuta
E te botar pra correr atrás de dinheiro e outras coisas
Que envolvem ciência do assunto
E deixar correr
Atrás de mim, quando estiver tudo certo
Pra eu invadir o palco, e sair detrás da cortina
E entrar em cena
Pra poder
Retomar minha fala
E agora sim, me despeço
Com um ponto final
Ponto.
Acabei.



Bruno Mendes


sexta-feira, 16 de março de 2012

por onde vou

eu gosto dos que têem nome
dos que morrem de saudade
dos que secam por temê-la
dos que invadem
e assim, recontam historias que fazem valer a pena a vida
pena da dor que sente
o inocente, que sem saber
transforma suas dores serenas
em silencio pra nao sofrer
pena do passaro que vai
transcendente, por só poder
bater suas asas em rota
destino qualquer  corroer
e corroi, o nome, a saudade, o temor, a invasao
e tambem a evasao
que causa afetos em cascata
iluminando de escuros em constelaçao
naufrago no silencio mudo
do inocente e seu bem querer
voando sem ser passaro que escuto
em minhas asas bater
transformo as dores desse mundo
em razao fixa para esquecer
a evasao que causou, mas contudo
inda serve pra amanhecer
destituo lembranças ou numeros
do lembrar que nao vou mais tecer
e bato asas, profundo
ao destino que vier
e reconhecer.

Bruno Mendes

minha resposta ao tempo

se nao bastasse o tempo, falacias
pra deixar mauagouro pra tras, sintaxes
e simbolos pra eternizar certa coisa que nao se quis proteger
continuo em minha escrita a saltar, mauagouros pra bem lograr
meus abraços e beijos teus

como bastasse o vento pra aliviar
brisa instante e distinta a soprar
em meus ouvidos e orelhas a fala de uma centelha
que me insiste em queimar
incertezas

se pudesse o relogio tardar
minhas trilhas pra me levar de volta aqui, ali, acolá
nao importa, vou vagando, incerto de ti
como se um dia inda fosse alcançar, teu amor
minha herança

como faço pra ver-te, verter no horizonte um chegar
que me leve pra um outro lugar
onde enfim vou de mim degustar
o quereres
minha continua lembrança

como fico pra me declarar, minhas maos ja me estao a rogar
que te leve em meus versos 
onde eu possa talvez só ficar, de bobeira
quando um olho te enxerga a bailar
uma dança que nao me dá na telha

ouço entao só pra te contestar
um soneto pra me debulhar, em pedaços
como fosse pele de ovelha
que quietinha no seu lugar
tosou de uma rima vulgar, o calor que pulsava na veia

eu te clamo, a me refastelar
e estatelo em tal coisa que creia
como fosse pra te convencer
a me amar
e calar-me de tantas besteiras.

Bruno Mendes

quinta-feira, 15 de março de 2012

inconsistencias

o tempo que se foi
a escolha que se perdeu
o novo pra tras ficou
o momento que pereceu
padeceu, contudo, a angustia da ingratidao
que virou pagina virada
no meu e no seu coraçao

o tempo que ficou
a escolha que nao morreu
o novo que transformou
o momento que careceu
reviveu, intacto, a luxuria de um sonho lucido
que virou carcere privado
da minha e da sua contemplaçao

o tempo que restou
a escolha que se prestou
ao papel de envelhecer
o momento continuou
insistiu, perdurou, me inscreveu
e virou territorio do desejo
no realizar meu e seu

o tempo que nao calou
a escolha que gritou
o novo que delatou
o sabor de requerer
bateu no peito, chicoteou e encarnou
revirou meu bem querer
no meu e no seu parecer

parece que o tempo, andarilho errante sem vias de fato
encurtou caminhos pra chegar ao lastro
de um algo que nao se deu
e ainda assim, caminhante
errou e voltou tantas vezes se ofereceu
um caminho de volta ao sextante
de onde teve inicio um amor
que nao bastou o meu e o seu.

Bruno Mendes

domingo, 11 de março de 2012

Amores


Minha espada de são jorge
Minha fala, minha atitude
Minha marca, meu acúmulo
Meu desejo em malicia
Sou água, sou forte
Sou terra, do fundo, do fundo do mar, segura
E o rumo que me orienta não se aponta distante
Umbigo, ungüento, humor, trote
E aquilo que me sustenta não se encontra na mesa
Mas eu sei que busco, resposta
Allure, vicio, momento, corte
E marco encontro com o Tempo, pra rodar a ampulheta
E mudar a direção
Não sou bento
Não sou santo, sou mártir, cálice, bento
E me traga de novo onde eu andar, sorte
E insisto contigo
E persisto
- Meu delírio é que me faz, gente!
E texto, escrito ou justificado
Em resposta ao vento
Paixão, monção, não pudor, galope
E eu consigo
Ressuscitar minha imaginação, disso eu brinco
E incorporo no tempo
E abençôo as palavras, como não foram torpes
Isso eu sinto
E não sei se digo, assim seja! ou amém!
Digo poesia, e pressinto
Coloque-se à minha disposição, tais instrumentos
Nisso eu fico
E digo que te amo
Pra encantar o bem
E ficar
Com as portas e janelas direcionadas no intento
De chegar onde quer como se fosse ontem, e pedir
Não se esqueçam de me iluminar no sonho
Desse eu vivo
E que possa re-girar a rosa dos ventos, de outros
Com muito amor e paz pra tranqüilizar
E seguir passo a passo, e dissertar o que restou
E que faz parte de mim e me faz lírico
E digo até breve pra renegar a saudade
E não escondo
Inda digo Adeus, para não arder mais
Na mesma chama que me fez sentir que era vivo
E reclamo, poesias pra representar
Deslocamentos de lugar, pra me dar calmaria
E deslocamentos no seio
Do impulso
Pra ter forças pra mergulhar sem precisar de fôlego
E termino
Olhando a luz do sol a me afeiçoar
E recarregar meus próprios downloads
E repetir num ponto
O de recomeçar
Quem sabe agora sem olhar pra trás, só pra frente
E pra cima
Pra me guiar de luas e estrelas
E me guio
E não sei como continuar
Sem lamurias e agruras e martelos de bruxas
Mas com o dom da palavra, para me encerrar.


Bruno Mendes

POÉTICA



Eu poetizo meus falos, meus raros, meus muros
Eu poetizo meus enredos, meus segredos, profundos
Eu poetizo quando falo, escrevo e me mudo
Eu poetizo quando rasgo, esclareço e me durmo

Eu poetizo de amores, louvores, escuros
Eu poetizo quando paro e entendo e não mudo
Eu poetizo quando calo, padeço, estimulo
Eu poetizo quando parco, navalha, pontudo

Minha poética leva de mim a chama
E assim mesmo me proclama a dor de não me ser
E quando olho a poesia, rala, vala, e não me entrego pra vencer

Minha poética me chama, exige, tudo
Arde, invade, insiste, covarde, brilha, cinza, lama, obtuso
Quando escrevo do pouco que restou do signo que há tanto de mim consumo.


Bruno Mendes

sábado, 10 de março de 2012

lua cheia

e seus mandamentos mortais
que balaçam as curvas da estrada
arrebatam olhares certeiros
numa sorte de vendavais

que em mim se anuncia, numa luz de penumbra me revela
nao sou barco, sou vela, e sigo onde o vento toca
e escuto onde nao ha resposta
e me emaranho do brilho que faz

que em mim prossegue em fases
nao sou trela, sou cela, que cavalga por onde o tempo cai
e resiste na boca da aurora ate a ultima hora em que me maltrata  quando se vai

e chega, e me atormenta, e me fascina e desvenda
a propor-me que a siga, aonde vai
e assim me perco pelas ruas, desbotando no olhar outras luas, que se enchiam dela, e ali, encontravam seus finais.

Bruno


quarta-feira, 7 de março de 2012

LAGRIMAS

lagrimas que caem, crescem
lagrimas que esvaem, adormecem
lagrimas que saltam, obedecem
e brotam da alma com louvor

lagrimas que calam, vestem
palavras que saltam, descem, descem o rio de qualquer amor
e cantos que choram, fervem
pra nos ferver de dor

mas lagrimas que voltam, cedem
e lagrimas que encerram, padecem
de um sentimento que se visitou

e lagrimas que choram, adormecem
e lagrimas que nao choram, adoecem
a quem quer que siga longe do amor que as perpetuou.

lagrimas choram, calam
lagrimas amolam, falam
lagrimas nao sentem dor
lagrimas se aproximam do entendimento do sofrer
de quem sofreu de amor
lagrimas despem, saltam
lagrimas ardem, faltam
lagrimas a quem as causou
lagrimas se distanciam do medo de sofrer
de quem teme sofrer de amor

mas lagrimas enobrecem
aos que se permitem sofrer sem medo de sentir dor
e lagrimas esbofeteiam a cara
de quem optou por lagrimas, e que nunca escreveu cartas de amor
como esta, como as outras, ridiculas...

Bruno Mendes

amor dedicado

se eu soubesse o quanto de mim vai em ti
nao seguia minhas pegadas
se eu soubesse o quanto de ti vai em mim
aumentava o peso das minhas jornadas

mas se eu soubesse o quanto de mim que perdi
junto aos passos que nao amanheci
se eu soubesse o quanto perdi de mim quando em ti
nos meus passos te acelerava

mas se eu soubesse o quando, o onde, o como me alegrei de ti
meu sorriso deixava pegadas
pra te encontrar de novo em mim quando se esvaisse minha'lma calada

e se soubesses o quando , o por que , o tanto de amor que ha em mim
teu ti, de certo se aconchegava, nao fugias
pra dadivar de uma vez e sem triz, o amor que a ti dedicava.

Bruno Mendes

ORAÇÃO AOS ELEMENTOS

QUE O PODER DA LUA ME ILUMINE
QUE A FORÇA DAS AGUAS ME BANHE
QUE O SAL DA TERRA ME GUIE
E QUE O AMOR ME ACOMPANHE

QUE O PODER DO SOL ME ILUMINE
QUE A FORÇA DOS VENTOS ME PROTEJA
QUE O BRILHO DAS ESTRELAS ME GUIE
E QUE EU NUNCA ESMUREÇA

QUE O PODER DO SOL ME ILUMINE
QUE A FORÇA DAS AGUAS ME BANHE
QUE O SAL DA TERRA ME GUIE
E QUE O AMOR ME ACOMPANHE

QUE O PODER DA LUA ME ILUMINE
QUE A FORÇA DOS VENTOS ME PROTEJA
QUE O BRILHO DAS ESTRELAS ME GUIE
E QUE EU NUNCA ESMUREÇA.

bruno mendes

terça-feira, 6 de março de 2012

noite acordada

oh, tal noite enluarada!
enquanto escrevo minhas magoas
em teu colo estrelado
banha-me com um sono entremeado, nao de luto, mas de luta por sobreviver

oh, tal noite encurralado
enquanto morfeu chega acuado
em meu colo de sofrer
lava-me, onde ardo, nao meus solos, mas meus olhos, pra eu me ver

oh, tal noite desajeitado
encontro meu choro calado
por teus passos nao me crer

oh, tal dia que chegue logo!
e se anuncie enquanto conto
ovelhas negras pro meu sonho embranquecer.

Bruno Mendes

LUTO E MELANCOLIA

o abraço que se foi, o espaço que deixou, o problema que causou
as soluçoes, sanadas, o marasmo que ficou, a planta que secou, o sol que nao nasceu
as perdas, as ilusoes, as consideraçoes que nao se fez
os ganhos, as fantasias, as transformaçoes a que remeteu
a alvorada que soou, a jornada entristeceu
a mao apavorada que gelou, o brilho no olhar que derreteu

o problema que se foi, o espaço que causou, o abraço que deixou
a planta que ficou, calada, a soluçao que nao nasceu, o calor do sol que me secou
sem consideraçoes, mas perdas, as ilusoes que nao se fez
as transformaçoes, enganos, as fantasias a que remeteu
a jornada que soou, a alvorada entristeceu
o brilho do olhar que gelou, o calor da mao que derreteu

entre o amor que ficou e o nada que restou
só a lembrança, ele e eu
depois da palavra que lacrou
o silencio que vedou
a dor de nao morrer
sepultou em mim o que havia
e havia em mim um sepulcro, escancarado
que hoje jaz, encarnado, no calor da hora em que escreveu
toda lembrança marcada na treva
que virou o amor que me morreu.

Bruno Mendes

sexta-feira, 2 de março de 2012

estrelas que brotam da terra

estrelas que brotam da terra
na paisagem viva da janela, que nao tarda esperar por olhos que anseiam
o brilho solto, o olho solto a perambular por estrelas
que brotam do chao e ensejam o passo que sempre ainda ha

estrelas que brotam da terra
no palco a pestanejar, em patadas e leques que moldam o tempo
o riso solto, o olho a buscar o aplauso na plateia
que brotam de palmas e viscejam o nosso continuar

estrelas que brotam da terra
na caminhada e no tempo de espera
criaçao que nao tarda faltar

estrelas que brotam da terra
na jornada que é sempre intrepida e nao calam nosso falar
que sempre segue nos passos que ascenam  

estrelas que brotam da terra