sábado, 17 de março de 2012

ACABEI




Acabei de beijar  o céu
Pra não beijar a terra
Por que tem gosto de pegadas
E eu não gosto
De mover a fabula do tempo
Recorrendo aos oráculos que sopram coisas
Quando eu estou em chamas
Ou gelado
E me arrepia o vento
E me fortalece as lagrimas da chuva
Que as minhas lavam
E Eu devoto
Tais palavras
Ao que houver de haver na vida
E me desloco do ungüento
Que me conformou, ate o ponto em que, porem, não me deixou escolhas
Não me permitiu gozar o excesso de coisas que eu sucinto
Quando estou em transe, e suspiro
Que o que houver de difícil eu me invoco
E ainda me deixa de certa forma opaco
Aquilo onde ainda me perco
Mas estou certo de ultrapassa-lo
Ao que pude ver nos meus sonhos, acordados
E não me importo de ficar por certo tempo gago
Com as palavras que escrevo
Quando eu descubro
Que eu quero aquilo que sempre me deteve, por ainda não ter
E apostei no amor como se fosse poker
Sabatinado pelas escalas de desejo
Que me jogam no rosto baldes
Daquilo que sempre me consome
Mas que me contive afastado
De coisas que não eram pra sempre
Mesmo sabendo que pra sempre é sempre por um triz
E que sempre acaba
Já dizem “os poetas”
E eu não discuto com os poetas
Eles estão sempre certos
Os grandes
Da soma de chico e vinicius de moraes e cazuzas,vieram essas certezas
Já que representam pra mim por eu não suportar dize-las
E que o medo de tudo dar certo, talvez
Que se perca na esquina ao lado
Da esquina do que será
E que se parte em extremos o que ainda vou ser
Pra perfumar com cheiro de amor pra empatar
A partida a vencer, chamada vida
Com licença, estou jogando, e a palavra é meu jogo de bola, minha brincadeira de criança da vez, e eu escrevo, como criança, confuso
Ainda que esteja em disfarce , pra me divertir contra o espelho
E ensaiar impávido o meu olhar de vencer
Vai pensando, que eu sou otário
E não lê minhas palavras pra ver
Lê e vê com as suas
E escuta aqui
Respeite bem os outros
Trate-os todos com respeito
Eu imploro
E façam com amor aquilo que discernir
Mas discirna
E vê se não concorda comigo num ponto
Em que o amor estava certo
Que só existe a possibilidade de cura nele, e ele se põe ao seu dispor, quando encontrado
E que o ser humano é sempre uma contingência de abrigos pra se defender, quando no estado de louco, ou de melancólico
E façamos ode a loucura
Já que elogio não pode ser
E que eu seja taxado de louco
Pra me sentir parte de um coisa única, que se da
Sem palavras
Nenhuma bastaria
E enxergar sem necessitar de óculos 3d
Do que o outro sofre
E o que ele quer me dizer
Mas não pode
Daí a gente planta cápsulas de arvores de gente nos guetos
De qualquer grupo que achar que está precisando
E eu ajudo
Na verborragia do meu bem querer
A mim mesmo e aos outros
Que chegaram ate aqui
Onde só falta você
E fiquem com Deus pra terminar em grande estilo
E desejos de boa noite, enfeitiçado pelas estrelas, a todos
Adeus chuva quando eu não escutar mais conscientemente seu lamento
Ao deitar no sono
Nos braços de Morfeu
Ou de quem quer que seja
Que me iluminará
Como ilumina o amor!
Me fará acender, e ascender
Às possibilidades
E que  guarde e que guie
A Todos que eu amei, do verbo amar  
Ao menos por um instante
E aos que desrespeitei quando da selvageria do caráter de amores hostis
E descontar na carne, esse acumulo, de coisas
Que vos trouxeram ate aqui, em minhas palavras
Que nem sempre sabem se dizer
Palavras de amor são retalhos  das coisas que aprendi nos discos
E adeus de novo, agora a vocês
Que desejam mais.
Boa noite.
E deixo as duas frases acima com ponto final
Foi um lapso
Um lapso do momento
Que de repente viu-se assim
Aberto
E sem sentinelas
E eu pude sentir a sensação de passar pela fresta
Que Ele abriu
Ele quem? E que frestas são essas?
Frestas assim como estas
Que certas canções deixam
Que falam de amor
Frestas pro céu e pro inferno
Festas pro inferno e pro céu, tempestades, ate o ultimo ato
Aqui, de escrever
E eu as acho, pelo cheiro, as portas
Que eu comecei dando beijo no céu
Mas sinto o cheiro da terra, fértil
Pelas narinas
Que me misturam as almas de tantos elementos
Como a noite e seus encantos
Agora chega
Fiz o que pude
Pra chamar sua atenção amor
Mas não foi o bastante
E vou esperar só voltar a internet
Pra prostrar no mundo
Aquilo que ainda vou ler
E reler
Varias vezes
Sempre repetindo
A obsessão de encerrar, a palavra
E encerro
Fiquem com Deus, ou com Deuses
E se deleitem
Osso é não enlouquecer contaminado da piada que é a vida
E se levar tão a serio
Que ate pra acabar um poema
Tem que viver um problema
De adestrar essa fala sedenta
E dizer a ela
Va com Deus
E me traga tudo que eu preciso
Para ser feliz
E me faça instrumento de sua facilitação
A cada dia
Rogai por nós escritores
Uma Virgem Maria com o poder de estalar os dedos e me dar
No rocio* que invento pra deixar rolar solto
E só acabar quando quero
E eu não quero mais
Sou teimoso
E continuo a escrever , mas só mais um momento
Pra piscar pra você, meu destino, vê se me escuta
E te botar pra correr atrás de dinheiro e outras coisas
Que envolvem ciência do assunto
E deixar correr
Atrás de mim, quando estiver tudo certo
Pra eu invadir o palco, e sair detrás da cortina
E entrar em cena
Pra poder
Retomar minha fala
E agora sim, me despeço
Com um ponto final
Ponto.
Acabei.



Bruno Mendes


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