sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

poesia sob o ceu alado

eu quero verbo, eu quero palavra
ainda que de em nada
nada em que ainda de
em rascunho de verbo ou palavra

eu quero a ermo, eu quero a rechaça
ainda que o solo drague a palavra
palavra a dragar o solo em que ainda eu plantava
em semente a germinar duma brisa d'agua

eu sou a frio, eu sou a vacuo, tentando romper nosso amor da ausencia
todo o torpor, todo o descuido por mim levado
todo de cantos, feito promessas contra a melancolia que aqui jaz passado

eu sou sadio, eu sou malvado, levando conter nosso lado a lado
nada de dor, nada de amor, nada circulo com meus dedos razos
e quando sofrer, erga as maos para o ceu alado

pedalado.

Bruno Mendes

3 comentários:

  1. "ainda que de em nada
    nada em que ainda de"

    sabe aquela inveja...

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  2. bunito...
    palavras sonoras, imagens loucas...

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    Respostas
    1. obrigado...
      imagem louca a de nao saber quem a representa...
      sonoras palavras que ecoam sem rosto...
      sou curioso... sou frio, sou fogo...
      e vc, qm e?

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