terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

calor escaldante

calor escaldante
quando o sol torra a moleira e delira um caminho errante
estrada contagiante, passamos por ela de relance
e rola o suor pela testa, e nao se contrange

fogo escaldante
quando o corpo cala e queima, e brota na pele as vicissitudes de um mar andante
sintoma ou desejo, encontramo-nos neles, deles
e solta o que vem pela fresta da boca, e nao se constrange

espera escaldante
quando o tempo paira no ar e derrete os relogios inertes, a espera de uma hora errante
caleidoscopio do tempo, vivemos a margem dele, nele, transfigurantes

palavra escaldante
quando queima, arde, invade, foge, morre, rebenta, atormenta e nos esconde
palavra em papel que nao vaza, na tela, uma pintura vibrante, que fala, e emana um calor que se expande

calor escaldante.

Bruno Mendes


Nenhum comentário:

Postar um comentário

partilhemos sensaçoes... contato? no ato... blbmleo@hotmail.com