terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

esboço sobre o vazio

nao se cale, nao me calo, diante do vazio que a falta tras
nao se iluda, nao vai completar-se em esperas, em cancelas, onde ja nao me iludo mais
e o vazio, onde mora, onde és? 
por que migalhas segues plantadas com teus pés
as vezes parece uma ode ao desconhecido
e nao nos resta palavras pra esboçar
indescritivel, indefinido, nao sabemos onde mora
mas pre-sentimos que está
e nao se ausenta
o vazio do amor, do grafite faltando na lapiseira
da caixa d'agua esvaindo-se na torneira
gota a gota
e empecilhos martirios, objetos vívidos
que assumem formas pra nos assombrar
conta a gota que resta, que falta na taça para se afogar
se afogar de vazio
nele insisto
nao adianta relutar
e o som do vazio, estribilho, que aforismos de mim declama
na palavra vazia
que se enche de mim e de ti, que nao sei onde estará
no proximo passo, na proxima pagina
que permite, enfim, o vazio se rechaçar.

Bruno Mendes

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