Hei, amigo, onde vais?
Vou me buscar pra la
de la bem longe
E pra que voltar?
Sigo as setas, dobro
as retas
Acho certas contas
Acerto as contas
dos caminhos a voltar
Me retirar esconde o
que há de mim
se retirar esconde o que há de si
E não me verba, e nao te verbará
E ver os olhos rasos
d’água
E soltar flechas como
pedras nessas águas
Que insistem em te rodear
Amigo, sabe que o
andar exige tréguas
Exibe paralelas que só
servem pra cruzar
E que rusgas mais
vais querer carregar
Bota esse peso no
caminho e deixa o mundo te respirar
Pra que? Pra entorpecer
de virgulas incertas
Pra deturpar as
falas como rezas
Pra emudecer o que
ainda tenho pra falar
Então fala
Solta a voz numa canção
Exala
Exílio íntimo não tarda
perscrutar
escrutinio talvez
seja o que eu diga
E a sílaba que muda é
a que vai mudar
Ainda me resta pouco
a pouco, gota a gota uma falácia
Que ainda me pego
olhando a vida de pirraça
Contrariando o que não
cabe nessa cela
De rimas fáceis, de
caminhos que não leva
De muita coisa ainda
tenho pra contar
Então me conta
Então me ilude com a
linguagem descoberta
Quero saber por
quanto tempo ainda resta
Esse meu verso que não
tarda me será
Miséria
Inda é tão pouco que
não cessa
Arrasta os dias, vai
olhando pelas frestas
Fazendo festas para
quem só sabe olhar
Espera um pouco, vê se
me conta esse contato tão contigo
Cabe na linha o azul
tão derretido
A tinta e a folha
também podem ser abrigo
Borram, vem logo, me
abrigar.
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