Onde estás que não
me acompanhas?
Onde vais que não me
dás conta?
Onde estás que não
moves montanhas?
Onde vou, carrego
comigo a empáfia de embalar a vida
(Mas de que vida
falamos? Que não se adianta, aproxima ou reclama?)
Quero embalar-te até
não poder mais
Quero levar-te onde
passos não alcançam
Quero calar-te onde
não contam crias
E deixa-lo criar
mesmo que jorrem gotas de sangue frias
Na luta do dia a dia
mortificar poesia
No acalanto do
noturno soprar o sol de cada dia
No pranto que não
remanso até sedar a magia
Na fuga de qualquer
canto entregar monotonia
Na fúria de tantos
danos espantar melancolia
Na ânsia de muitos
anos esperar-te é minha acolhida.
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